15/06/2010

Tio Frank Sherman Land



Quem foi Frank Sherman Land?



Nasceu em 1890, em Kansas City, Missouri, Estados Unidos da América. Quando ele tinha dois anos de idade, seu pai mudou-se com a família para St. Louis. A Escola Dominical proporcionou os meios para sua primeira inclinação para conquista e distinções. Ele foi presenteado com a Bíblia congressional de Fontain Park, em St.Louis. Mais tarde a Bíblia desempenhou um papel significativo na fundação do grande movimento juvenil internacional, pois os primeiros DeMolays do mundo fizeram seus votos sobre a mesma Bíblia.

O interesse de Frank S. Land pela escola dominical começou em sua idade escolar,quando instituiu uma classe, à tarde , no porão de sua casa. A classe foi tão interessante e popular que atraiu jovens de toda redondeza e lhe proporcionou o título de "O Menino Ministro de St. Louis". Seus pais ficaram assombrados ao verem o portão de sua casa tomado por trezentos jovens, e até mesmo alguns adultos, todos os domingo à tarde.

No momento dramático, o seu filho de dez anos surgia sobre uma caixa de carvão e, imitando os maneirismos de seu próprio ministro da Igreja Presbiteriana, pregava um sermão com clareza, lógica e confiança total. Tudo isso era feito por um menino tímido demais para recitar na classe de sua escola. A escola dominical da tarde obteve auxílio de diversas pessoas.
Uma firma atacadista de remédios fez a doação de um órgão e logo em seguida sua vizinhança oferecia-se para tocar o órgão. Professores regulares de escolas dominicais auxiliavam o "Menino Ministro", assim alcançando muitos jovens que não freqüentavam as classes matinais. Frank S. Land pregava aquilo que ele desejava, o essencial de uma vida correta, uma filosofia que sua mãe havia lhe incultado. Apesar de Frank não reconhecer isso, a visão de sua missão na vida iria, algum dia, crescer num exército marchando, de jovens, aderindo aos ideais de serem melhores filhos, melhores cidadãos e melhores líderes.

Em Kansas City, ele completou seus anos escolares e tomou parte ativa nas atividades da igreja, assim como as atividades cívicas de sua cidade. Quando atingiu 19 anos , havia se tornado gerente de um restaurante de sucesso e, como artista amador ele era o espírito vivo em qualquer organização ou empreendimento que participasse. Com idade de 21 anos era presidente da liga municipal de arte. Em 29 de junho de 1912, foi iniciado na Loja Maçônica Ivanhoe, em Kansas City. Gostava da filosofia Maçônica e dos ensinamentos ritualísticos. Foi voluntário do serviço social do Rito Escocês , familiarizou-se com John Glazier, Frank Marshall e Pad Osggood. Em 15 de setembro de 1913, Frank S. Land casou-se com a Sra. Nell M. Swizewski.

A fundação da Ordem começou a se formar quando Frank encontrou o jovem Louis Lower, em 1919, aproximadamente. Louis, com 16 anos, havia, recentemente, perdido o pai e estava precisando de ajuda. Esse fato ocorreu depois da Primeira Guerra Mundial, quando a juventude americana enfrentava a incerteza do amanhã. Com o objetivo de colaborar com o jovem, Frank ofertou-lhe um emprego e dessa forma pode amenizar as dificuldades financeiras da família. Daquela amizade surgida entre Frank e Louis, surgiu a idéia de fundar uma associação de jovens. No Templo do Rito Escocês, em março de 1919, Louis e oito de seus amigos com Frank, fundaram a Ordem DeMolay.

A nova organização de jovens entre as idades de 13 e 21 anos floresceu com tanto sucesso que, em 1922, Frank deixou seu emprego no serviço social e dedicou-se inteiramente como Grande Secretário da Ordem DeMolay, isto era um sonho que se tornava realidade. Frank imediatamente mobilizou a Maçonaria e formou um Grande Conselho de líderes da Maçonaria. A Ordem DeMolay foi um grande impacto na mesma, pois este era o primeiro grande empreendimento surgido na Maçonaria em 200 anos. Nunca, até então, tinha se visto a fraternidade em um movimento juvenil, atuando tão próximo dos princípios maçônicos.

A Ordem cresceu tão fantasticamente, que a influência e o prestígio de Frank assumia novas dimensões. No ano que surgiu a Ordem DeMolay, Land recebeu KCCH do Rito Escocês, depois dos 35 anos foi condecorado com o Grau 33. Serviu como poderoso do Templo de Arat (1931) e como Poderoso do Imperial do Templo da América do Norte (1954). Recebeu, também, inúmera comendas maçônicas, inclusive a primeira Medalha Internacional de Ouro do Grande Capítulo Geral dos Reais Arquitetos Maçônicos (1951) e a Grande Cruz da Jurisdição Sul do Supremo Conselho do Grau 33 (1955). Com a Ordem DeMolay tomando quase todo o seu tempo absoluto, Frank ainda encontrava tempo para se dedicar aos afazeres de sua comunidade. Foi presidente da junta escolar de Kansas City, Diretor do Banco Nacional de Colômbia, Administrador da Biblioteca Hanrri S. Truman, etc.

Com o passar da história DeMolay, generais, líderes cívicos, oficiais do governo, entre tantos outros, eram seus "filhos" e Frank era seu "pai" (Nos EUA, Frank é chamado de "Dad", pai). Como homem , Frank S. Land era extremamente dedicado as pessoas. Era impecável tanto na aparência quanto no comportamento. De porte médio, sua aparência e carisma irradiava amizade a quem o cercava. A Ordem DeMolay se completava com Frank S. Land.

Em 8 de novembro de 1959, Frank largou a ferramenta de trabalho deste mundo. Um grande homem e único. Ele deu ao mundo uma fonte palpável, na Ordem DeMolay, de criar fraternidade entre os homens, durante os anos de formação. Que melhor tributo poderia testemunhar um Grande Homem do que o número incalculável de DeMolays que ainda praticam os princípios diários que aprenderam no altar de seu capítulo.

Marshall foi o primeiro a estipular um ritual aos DeMolays cujo é nossa fonte de pesquisa para muitos outros rituais que são utilizados nos dias atuais. A vida deste grande homem de seu tempo, grande gênio criador, é de essencial significado na vida de cada um de nós como DeMolays.
Assim como a compreensão da vida e obra daquele que deu um "porquê" à existência de nossa sublime Ordem. Este homem, tido por nós, como um verdadeiro baluarte, deu-nos "o melhor produto de sua carreira literária", carreira esta muito representativa, tanto em sua cidade natal- Kansas City -, quanto para todo o mundo literário da época - O RITUAL DeMOLAY.

Quando um outro homem, também considerado, tanto por nós, quanto pelo mundo maçônico e profano, de antes e de hoje, como um visionário - Frank Shermann Land - olhou para Frank Marshall, teve inspiração para entregar à Ordem DeMolay, até então conhecida por Clube DeMolay, seu maior desafio e ao mesmo tempo um elemento de união e firmeza.

Uma necessidade e um sonho de nosso fundador foi transformado em realidade pelas mãos de Frank Marshall. Foi a partir do desenvolvimento do Ritual, que a Ordem DeMolay ganhou personalidade e cresceu em estímulos e ardor perante seu patrocínio e apoio - a Maçonaria. A época do convite feito pelo Tio Land, Frank Marshall já era uma personalidade bem conhecida e querida em toda a comunidade de Kansas City.

Começou sua carreira ao lado dos expoentes mais dinâmicos da literatura americana: William Allan White, editor do "Emporia" de Kansas. Já se eram passados 54 anos de vida e a solidificação de sua carreira como repórter, editor e poeta. Era nacionalmente conhecido como importante crítico de Teatro e Música do "Kansas City Journal". Alguns de seus muitos trabalhos premiados tiveram destaque mais importante em sua carreira, como por exemplo um de seus sonetos, recebido e colocado em exposição no Museu de Shakespeare em Stratford-upon-Avon. Um de seus maiores orgulhos, pois era Shakespeare o seu maior ídolo.

Outro trabalho de grande importância é um poema escrito especialmente para ser colocado junto à pedra fundamental do Centro de Convenções da cidade. Este poema foi escrito para refletir o desafio da virada de um século, sendo para ser lido, quando a caixa na qual encontra-se, fosse aberta daquela data a 100 anos. A cena do encontro dos dois "Franks" é digna de ser descrita nesta pequena biografia. Pois foi desta conversa que resultou o que temos como alicerces de nossos princípios.

Tio Marshall, sentado em uma poltrona bem estofada, era a figura de um homem ocioso. Em seu jeito de se vestir, maneira muito coerente com seu comportamento de gênio inventivo, tinha seu terno amarrotado, escondido entre as dobras de um amplo casaco, em cujo bolso encontrava-se em pesado relógio de corrente, todo de ouro, curvado sobre o peso de um medalhão fraternal. Seu lábio superior ostentava um grisalho bigode, enquanto que seu queixo pequeno exibia um cavanhaque. Nenhuma outra dupla de homens poderia ser tão diferente e ao mesmo tempo tão igual.

Os dois portavam uma tremenda habilidade e irradiavam uma força de caráter e uma devoção ao idealismo. Nenhum dos dois imaginava que menos de 24 horas depois, algo tão belo quanto nosso Ritual, estivesse esboçado, para permanecer imutável pelas décadas que passaram e pelos séculos que virão. Com o início da conversa, Tio Marshall quis saber sobre o andamento do clube de rapazes criado por Land. Informou-lhe, assim, que apesar de o grupo ter alcançado um grande desenvolvimento e ter agora o seu próprio time campeão de basebol, liderado por Louis Gordon Lower como pitcher e por Hay Hedrich, como catcher; e mesmo tendo atividades sociais, projetos de serviços e planos de formação de uma banda, uma patrulha, uma fanfarra e uma guarda da Bandeira Nacional, ainda faltava um instrumento de afirmação nesta fraternidade. Foi aí que o Tio Land fez o comunicado de suas intenções - a criação de um Ritual para o Clube DeMolay. Explicou-lhe o Tio Land, que após muito refletir, ao vê-lo passar no Templo do Rito Escocês, imaginou que pudessem criar algo inesperado para a juventude pela qual eram responsáveis. Algo que desse um rumo, "uma qualidade distinta ao Clube". A resposta de Frank Marshall foi a esperada: "Não. Definitivamente, não!".

Com a justificativa de que um ritual é uma coisa muito importante e ao exemplo do maçônico, que foi desenvolvido através dos anos, e não obteve um formato certo até a organização da Grande Loja da Inglaterra, ele não poderia criar, em um presumível pequeno espaço de tempo, comparado com estes muitos anos do outro, um Ritual DeMolay. Porém, resolveu ouvir as idéias que Frank Land tinha, mesmo porque seu pensamento despertou seu interesse. Ao expor suas idéias, seu Irmão conseguiu envolvê-lo, e levar Frank Marshall ao seu mundo - o futuro visionário da Ordem DeMolay.

Foram se delineando as suas primeiras formas. As sete virtudes cardeais, a Coroa da Juventude, os dois Graus da Ordem, as obrigações, e a intensidade dramática do Grau DeMolay. Tio Frank Marshall definiu como ninguém o futuro desta conversa: "Começo a ver algo infinito e eterno, algo belo, conforme você fala, Frank". Algum tempo depois Frank Marshall recebe um ultimato de Tio Land: "Não aceitarei um não como resposta". Durante aquelas horas noturnas, Frank Marshall via em sua imaginação, uma Cerimônia de Iniciação repleta de jovens, via os gárgulas da Catedral de Notre Dame de Paris, de cujo fundo levantava-se a fumaça da fogueira que queimou o nosso herói-mártir e patrono. Em sua escrivaninha lembrava-se da imagem de Frank Land dizendo: "Você é o único que pode escrever este ritual para a Ordem DeMolay,
o único !!! ".

Surgia aí o nosso mais importante segredo e mais valioso tesouro, pois nenhuma organização juvenil fraternal do mundo possui algo, sequer, parecido. As primeiras experiências com o ritual foram sendo desenvolvidas. Mas sem que os rapazes soubessem o que os aguardava.

A Interpolação das Nove Horas - como é chamada a Cerimônia das Nove Horas nos EUA, foi inserida no Ritual, por uma idéia do Tio Land. E as coisas foram se desenhando, ganhando forma. Até que numa das reuniões do Clube, no final do verão, Tio Frank Land, acompanhado por Tio Marshall, apresentou aos rapazes o que lhes aguardava. O primeiro nome a ser chamado foi o de Louis Gordon Lower. Foram sendo, um após o outro, levados para o Templo, a assim após fazerem suas obrigações, eram conduzidos aos seus postos. Começava aí o desenvolvimento do que hoje conhecemos como Ordem DeMolay. Após a criação do ritual e de seu aprimoramento, Tio Marshall passou a dedicar-se de corpo e alma ao crescimento e expansão da Ordem. Foi Consultor do Capítulo-mãe, e tomou parte na primeira reunião do Grande Conselho.

Numa data muito importante, 24 de março de 1931, foi realizada uma visita do Grande Conselho à Casa Branca com entrevista ao Presidente Herbert Hoover. Tio Marshall, já na fila de cumprimentos ao Presidente, prestes a apertar sua mão, começou a passar mal, sendo levado calmamente para uma pequena sala, enquanto prosseguiam os cumprimentos do Cerimonial. Todos os esforços foram feitos para acalmar seu intenso estado de tensão, frustração e desapontamento. Seus médicos o haviam alertado para os perigos desta viagem, pois sua saúde encontrava-se precária. -- "Eu devo insistir. Quero assistir à Sessão do Grande Conselho, devo cumprimentar o Presidente". Sua mente uma vez criativa, agora refletia nas trevas do incoerente. Foi transferido para sua casa em Kansas City, vindo a falecer pouquíssimo tempo depois. A neve ainda caía nas primeiras brisas da primavera.. A procissão fúnebre ia tomando seu caminho pelo Cemitério de Kansas City, sua amada cidade, enquanto os membros do Capítulo-máter, formavam sua Guarda de Honra. Sua banda tocava hinos para um daqueles que "Navegava entre o pôr-do-sol e as estrelas dos mares do Oeste". Frank Marshall era tratado como um dos gigantes da Literatura de seu tempo.

Um gênio excêntrico, que deu à juventude um Ritual, um guia através da vida para ser praticado através dos tempos. Afirmavam ao fim da Cerimônia Maçônica conduzida naquele dia que : "Frank Marshall não nos deixou, foi seu coração que o fez. Ele deu seu coração aos outros por todos os anos de sua vida. Na verdade, Frank Arthur Marshall, era todo coração. Ele viveu e representou seu idealismo". Para Frank Shermann Land, nosso fundador, a morte de Frank Marshall foi uma triste passagem, e expressou seu sentimento dizendo: "Eu me sinto perdido sem ele, como muitos outros também se sentem. Ele era uma grande parte de minha vida, quase como um pai para mim. Eu freqüentemente voltava-me para ele, quando precisava de conselhos, e ele sem nunca me pedir nada em troca deu-me de sua sabedoria. Nunca o esquecerei e a DeMolay também nunca o esquecerá".

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